quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Uma tresloucada corrida rumo ao futuro

           Realizei uma viagem para o futuro, sendo mais exata, no ano de 2050, para saber como andavam as coisas por lá. Quis averiguar como o conjunto de conhecimentos que se aplicam ao planejamento havia evoluído. Foi um pulo no tempo que me valeu como uma imensa experiência.
            Pude perceber que aqueles que se acham atualizados e modernizados por possuírem iPhones, iPad, tablets e afins, já foram ultrapassados. Nós, do século XXI, somos tão primatas em relação à sociedade de 2050, no quesito tecnologia, como o australopithecus quando comparados a nós.
            Era setembro de 2050, eu estava na praça Tiradentes, no Rio de Janeiro. As árvores, no entanto, eram envergadas com grandes pedaços de concreto e por lasers que não deixavam com que nenhum ser humano tocasse. Já os carros eram totalmente tecnológicos, largamos a gasolina e o bio- diesel e fomos para o oxigênio. A fim de que o oxigênio não fosse adulterado, nas áreas agrárias eram construídas estufas especiais para consumo.
            Entretanto, esqueci de me apresentar. Meu nome é Tatiane Bispo, e com essa viagem ao tempo, consegui trabalho em uma das maiores e mais influenciável empresa jornalística da época. Lá posso redigir as notícias em uma parede que pode ser "pintada" com artefatos especiais a laser sem me preocupar em recuperar a parede com nova tinta. Ao precisar realizar uma ligação para uma possível fonte, encaixo na orelha o meu MFC (comunicador multifuncional), e faço um ajuste da tela nos meus olhos e, pronto. Além da capacidade de realizar telefonemas ele mede também batimentos cardíacos, pressão arterial e níveis de colesterol. Ah, e faz também compras on-line.
Uma praticidade e tanto.
            Já não bastasse isso, quando chego em casa, abro a porta apenas com movimentos leves do meu pé. Se possuo a mendicidade de comer frutas, pego uma fita que alerta a necessidade dela ser lavada ou não. Caso ela venha a se prender, indica que elas precisam ser asseadas ou que perderam as suas vitaminas. Após comer, deito para assistir televisão. Mas não pensem vocês que é aquele aparelho enorme, que no século XXI, quanto maior, melhor era. É um protótipo de lente de contato com circuitos e sensores luminosos embutidos. Ela tem a capacidade de reproduzir canais normais da televisão, vídeos e conteúdo multimídia direto em minha retina.
            O meu closet é invisível. Ele abre concomitantemente ao gesto que faço para abrir minha pulseira. Channel, do filme a Patricinha de Beverly Hills, sentiria emulação da combinação automática de roupas que possuo. Para ela saber a combinação certa de suas roupas, tinha que fazer uso daquele enorme aparelho, perder o tempo dela procurando o programa no computador. O meu é muito mais prático, eu só falo o lugar que tenho de ir – e pronto, a combinação exata vem ao meu alcance.
            Atualmente, não existem mais vacinas, injeções, remédios. Para aqueles que acreditavam não existir cura para a AIDS a ciência veio para comprovar o contrário. Foi criado nano robôs que curam qualquer doença. Antes parecia uma loucura, mas hoje, tornou-se uma loucura real.
            Contudo, o meu prazo se esgota aqui. Tenho que regredir e voltar para a minha verdadeira realidade: a que pessoas morrem de doença, árvores são esfaceladas, eletrônicos ocupam um espaço considerável na minha bolsa e, no meu trabalho, tenho que usar lápis e papel.
Esse admirável mundo novo termina por aqui (pelo menos por enquanto).

Por Tatiane Bispo Homem

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