quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A Publicidade em 2050

Faz tempo que não escrevo, não é? Desculpem caros leitores, mas nos últimos anos, especialmente neste, minha vida anda um tanto quanto atarefada. As crianças cresceram, e assim, as dívidas também! Ter três empregos não é mole, mas ainda bem, graças à tecnologia conquistada posso resolver tudo sem sair de casa. E é exatamente sobre isso que vim falar.
Anos atrás, quando ainda estava nos tempos de colégio, a maioria das propagandas era focada no som e na imagem. Porém, desde 2021, o cenário mudou. Precisou-se inovar e eis que surgiu a publicidade multisensorial, porque quanto mais agrupados estão os cincos sentidos, maior o resultado. E graças a esse conceito foram desenvolvidas, então, as televisões perceptíveis ao cheiro. E me lembro que uma das primeiras campanhas veiculadas com esse gênero foi a da Sadia. Durante toda a propaganda era possível sentir o cheiro da lasanha. E era tão real que posso (humm) senti-lo até hoje!
Fugi um pouco do foco do post, aliás, não fugi, só adiantei um pouco do futuro de vocês daqui a 10 anos. Onde eu queria chegar é na compra que fiz antes de começar escrever. Pasmem! Não fui ao shopping e nem comprei pela internet. Comprei pela televisão mesmo. Não, não estou falando daqueles canais tipo Polishop, de comerciais intermináveis e repetitivos que vocês conhecem.
Passava um comercial do Boticário, pausei e selecionei a opção para sentir uma nova fragrância de perfume que estava sendo lançado. Adorei! Lembrei que tinha o aniversário da Paulinha à noite. E além de comprar o meu perfume comprei um batom para ela. Selecionei os produtos e escolhi como pagar. A TV já estava com meus dados todos sincronizados, até mesmo o endereço e a conta para o débito. Bastou acionar o play e lá estava eu novamente assistindo o noticiário local. Uma hora depois, tocava o interfone, eram minhas compras chegando, junto com um futuro que nos permite esse tipo de facilidade sem botar o pé na rua.

Perfume nas mãos, de repente me bateu uma curiosidade. Como era a vendedora que embalou meu produto? Era alta, baixa, loira morena? Seria ela simpática a ponto de me fazer comprar mais algumas coisinhas? Ou não era mulher, era um daqueles vendedores gatos, meio desajeitados diante de uma garota, mas cheio de boa vontade? Compras virtuais são compras virtuais e ponto, nada de troca de energia e afeto. Tudo rápido, prático e objetivo. Um exercício bem solitário eu diria. Que me perdoe a nossa amada e idolatrada tecnologia, mas sinto falta disso!

05 de Outubro de 2050.
São Paulo, Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário