segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Suposto ataque terrorista deixa humanos feridos e pode quebrar trégua na guerra da SPH contra os robôs

Uma grande explosão, na noite de ontem (01/05), na filial da montadora Robota na Grande San Borgia, destruiu 2 mil autômatos (modelo Novo Trabalhador) e deixou 10 funcionários humanos feridos. Em webtransmissão, a Sociedade em Prol da Humanidade (SPH) assumiu a autoria do suposto atentado terrorista contra a linha de montagem das máquinas. Para ativista dos direitos dos robôs, a exposição da SPH na rede mundial de comunicação é uma tentativa de mobilizar manifestantes e quebrar a trégua na guerra que declarou às máquinas

Cleberson Fontella

Do The Word, em São Borja

A explosão no sistema de produção da empresa ocorreu às 22h, durante a troca de turno dos funcionários humanos, perto da área das esteiras. O impacto também atingiu mais três grandes depósitos de peças. Aproximadamente 2 mil unidades de autômatos (modelo Novo Trabalhador) e mais de 500 mil componentes eletrônicos foram destruídos.

Conforme o corpo de bombeiros, houve um princípio de grande incêndio, mas as chamas foram controladas pelo próprio sistema anti-incêndio da empresa. Mesmo assim, dez trabalhadores humanos ficaram feridos com queimaduras de primeiro grau. “Eles se abrigaram nos vestiários durante a explosão e isso os salvou da morte”, explicou um dos socorristas. “As queimaduras ocorreram devido ao aumento da temperatura da sala de metal”. Os trabalhadores foram encaminhados ao Hospital Central e devem permanecer em observação nos próximos dias.

As autoridades locais já começaram as investigações, porém não descartam a hipótese de atentado terrorista.

Impacto econômico

A Robota ainda não informou à imprensa o valor real dos prejuízos. Entretanto, economistas estimam perdas na marca dos 10 milhões de dólares – isso por causa das ações da empresa que devem receber forte desvalorização nos próximos meses, devido ao anúncio de férias coletivas anunciado pelo porta-voz da montadora:

“Com a explosão, a linha de produção deve ficar comprometida. Nos próximos meses haverá uma redução no número de unidades produzidas. Também daremos férias coletivas e cerca de 2 mil trabalhadores humanos devem ser dispensados”, disse Giskard, vice-presidente e Porta-voz da empresa.

Atualmente a Robota é a maior construtora de autômatos modelo Novo Trabalhador da região América Centro-Sul. São 100 mil unidades produzidas anualmente. Especialistas em linha de montagem dizem que o estrago das explosões provavelmente ocasionará uma queda de 40 por cento na produção da empresa.

SPH assume autoria

Minutos após a explosão, o líder da Sociedade em Prol da Humanidade (SPH), Nelson Niccollit, transmitiu via web um vídeo assumindo a autoria do suposto ataque. “Isso é uma retaliação às máquinas que estão tomando controle de tudo. Todos os humanos devem lutar contra esse controle. O mundo é nosso. Existem desempregados na sarjeta e existem máquinas tomando o emprego deles. Precisamos mudar isso... e tudo começa hoje”, discursa.

Ativista teme novo racismo tecnológico

Para o ativista dos direitos dos robôs, Arthur C. Asimov, a tentativa do líder da Sociedade em Prol da Humanidade (SPH) de assumir a autoria do suposto ataque terrorista deve ser analisada com cautela, “pois pode ser uma tentativa de mobilizar manifestantes contra-robôs e quebrar a trégua na guerra que a organização declarou às máquinas”.

Asimov teme que o fato possa levantar uma nova onda de ataques contras os robôs, como há cinco anos, quando diversos robôs foram linchados e destruídos nas quatro regiões da Terra.

“Isso pode quebrar a trégua. Tenho medo que muitos humanos queiram destruir máquinas inocentes, como aconteceu no passado. Não podemos voltar ao racismo tecnológico, não depois de tanto sofrimento para as máquinas e para os humanos que delas precisam”, ressalta.

A Asimov, as máquinas foram criadas para tornar a vida da humanidade mais fácil, seria um “absurdo” pensar que os próprios humanos criariam algo para prejudicar ou “dominar o mundo”, como alegam os membros da organização SPH.

“20 anos após a revolução Ciberindustrial, as máquinas ainda encontram dificuldades para serem aceitas por toda a sociedade humana. No entanto, tenho esperanças que isso mude com as novas gerações”, conclui.

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