terça-feira, 17 de novembro de 2015

A lua como opção


Estava em meu escritório escrevendo um pequeno boletim politico para ir ao ar no jornal das 20 horas quando de repente algo totalmente inimaginável aconteceu, foi transportado para um lugar onde acreditava nunca ter estado antes. Era um ambiente inóspito, de atmosfera seca no qual predominava o silêncio. Depois de algum tempo no local descubro que era o planeta Terra, uma terra devastada pela irresponsabilidade do ser humano, que através de sua cultura do imediatismo acabou por, poluir e superpovoar o planeta.
Ao contrário das previsões para o fim do mundo que se concretizariam a alguns milhares de anos, o ser humano devastou o planeta em 35 anos, a data em que tomei consciência disso era 16 do mês de novembro de 2050; não que isso importasse para a época.
Vaguei na “nova” Terra por bastante tempo até encontrar um de seus habitantes, eles ficaram de certa forma admirados pelo meu estado, com feições saudáveis, cabelo cortado e roupas limpas, de modo que me perguntaram se eu tinha vindo da Lua. Fiquei sem resposta para tal pergunta, cabendo-me apenas a reação: “da Lua?”.
Em 2050, o planeta está devastado, o processo de aquecimento global aumentou velocidade do derretimento das calotas polares, e a água por sua vez 90% da terra, a fauna e a flora foram morrendo, os alimentos acabando e a vida se extinguindo. Assim surgiu como opção estabelecer uma colônia na Lua, tal ato era restrito apenas a uma seleta parcela da população, a com mais poder aquisitivo, pois o número de moradores foi limitado. Aos que ficaram na Terra com passar do tempo a maioria morreu e os poucos sobreviventes organizaram-se em tribos nômades.
Pelo que me foi relatado, as condições de vida na Lua não são as mais favoráveis, o satélite terrestre não possui atmosfera, o que deixa as pessoas em constante exposição a radiação UV, oxigênio ou água. Além disso, a poeira lunar é muito fina e composta por diversos materiais, dessa forma, ela pode entrar no pulmão – criando cancros ou inflamando as vias respiratórias – e quando em contato com a pele causa fortes alergias ou reações adversas no organismo.
Diante disso, a colônia lunar estabeleceu-se sob um domo construído com os materiais locais, pois tem que ser capaz de resistir a mudanças drásticas de temperaturas, radiações e meteoritos, a capitação de água e oxigeno é feita através de blocos de gelo trazidos dos anéis de saturno e a alimentação consistem em algum tipo de pasta dos produtos cultivados no domo.
Os mecanismos de integração social são bem desenvolvidos e a sociedade lunar é controlada por um líder escolhido de forma democrática. Lá todas as pessoas têm suas funções definidas de modo que todos cooperem para a sobrevivência da colônia, como deviria ter sido feito na Terra.
E no fim do relato, novamente quando menos esperava a mesma força que me levou para a Terra do futuro me transportou de volta para o corrente ano no mesmo lugar onde estava passando-se não mais de um minuto desde que tinha partido, e então sem perder tempo escrevi esta relato com o principal intuito de alertar o que as ações dos homens e principalmente a falte de vigilância por parte do governo causaram a nosso planeta.
Diante da chocante realidade com a qual me deparei, que nos espera mais a frente, espero que as pessoas entendam esse apelo e mudem suas atitudes. Pois, como contado aqui as notícias do futuro não são as melhores, ao contrário do que se imagina não existem muitas opções.



Por Matheus Bernardes

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