Estava em meu
escritório escrevendo um pequeno boletim politico para ir ao ar no
jornal das 20 horas quando de repente algo totalmente inimaginável
aconteceu, foi transportado para um lugar onde acreditava nunca ter
estado antes. Era um ambiente inóspito, de atmosfera seca no qual
predominava o silêncio. Depois de algum tempo no local descubro que
era o planeta Terra, uma terra devastada pela irresponsabilidade do
ser humano, que através de sua cultura do imediatismo acabou por,
poluir e superpovoar o planeta.
Ao contrário
das previsões para o fim do mundo que se concretizariam a alguns
milhares de anos, o ser humano devastou o planeta em 35 anos, a data
em que tomei consciência disso era 16 do mês de novembro de 2050;
não que isso importasse para a época.
Vaguei na “nova”
Terra por bastante tempo até encontrar um de seus habitantes, eles
ficaram de certa forma admirados pelo meu estado, com feições
saudáveis, cabelo cortado e roupas limpas, de modo que me
perguntaram se eu tinha vindo da Lua. Fiquei sem resposta para tal
pergunta, cabendo-me apenas a reação: “da Lua?”.
Em 2050, o
planeta está devastado, o processo de aquecimento global aumentou
velocidade do derretimento das calotas polares, e a água por sua vez
90% da terra, a fauna e a flora foram morrendo, os alimentos acabando
e a vida se extinguindo. Assim surgiu como opção estabelecer uma
colônia na Lua, tal ato era restrito apenas a uma seleta parcela da
população, a com mais poder aquisitivo, pois o número de moradores
foi limitado. Aos que ficaram na Terra com passar do tempo a maioria
morreu e os poucos sobreviventes organizaram-se em tribos nômades.
Pelo
que me foi relatado, as condições de vida na Lua não são as mais
favoráveis, o satélite terrestre não possui atmosfera, o que deixa
as pessoas em constante exposição a radiação UV, oxigênio ou
água. Além
disso, a poeira lunar é muito fina e composta por diversos
materiais,
dessa
forma, ela pode entrar no pulmão
– criando
cancros ou inflamando as vias respiratórias
– e quando
em contato com a pele causa fortes alergias ou reações adversas
no organismo.
Diante
disso, a colônia lunar estabeleceu-se sob um domo construído com os
materiais locais, pois tem
que ser capaz de resistir a mudanças drásticas de temperaturas,
radiações e meteoritos, a capitação
de água e oxigeno é feita através de blocos de gelo trazidos dos
anéis de saturno e a alimentação consistem em algum tipo de pasta
dos produtos cultivados no domo.
Os
mecanismos de integração social são bem desenvolvidos e a
sociedade lunar é controlada por um líder escolhido de forma
democrática. Lá todas as pessoas têm suas funções definidas de
modo que todos cooperem para a sobrevivência da colônia, como
deviria ter sido feito na Terra.
E no fim do
relato, novamente quando menos esperava a mesma força que me levou
para a Terra do futuro me transportou de volta para o corrente ano no
mesmo lugar onde estava passando-se não mais de um minuto desde que
tinha partido, e então sem perder tempo escrevi esta relato com o
principal intuito de alertar o que as ações dos homens e
principalmente a falte de vigilância por parte do governo causaram a
nosso planeta.
Diante da
chocante realidade com a qual me deparei, que nos espera mais a
frente, espero que as pessoas entendam esse apelo e mudem suas
atitudes. Pois, como contado aqui as notícias do futuro não são as
melhores, ao contrário do que se imagina não existem muitas opções.
Por
Matheus Bernardes
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