quinta-feira, 3 de maio de 2012

MUNDO NOVO


Primeiro escuridão, em seguida dor por todo o corpo, só então consegui com muita dificuldade abrir os olhos, logo notei que eu estava em um quarto de hospital, branco e rigorosamente limpo como todos os outros. Ao olhar para os lados observando melhor o quarto vejo que sentada ao meu lado havia uma senhora, já de idade bem avançada, dormindo de cabeça baixa. Tentei chamá-la, mas não consegui. Fiquei ali, parado, por um bom tempo, tentando lembrar como eu fui parar naquele hospital. A última coisa que me lembrei foi de estar em minha casa com a minha namorada. Nada fazia sentido até aquele momento para mim.
Após um longo tempo tentando assimilar a situação tentei chamar novamente a senhora sentada ao meu lado, com muito esforço consegui soltar alguns sons, então a senhora acordou assustada e imediatamente me abraçou e começou a chorar. Demorei um pouco para me dar conta de quem era, mas extremamente vi que era a minha própria mão, como pode ser possível, pensei comigo mesmo.
Ela se acalmou e notou o quanto eu estava assustado com a idade avançada que ela me aparentava ter, foi quando ela sentou ao meu lado calmamente e começou a me contar o que estava acontecendo. Me disse então que eu havia sofrido um AVC o que me deixou em coma durante os últimos 38 anos e como estavam meus familiares. Alguns médicos entraram na sala e após alguns exames me disseram para descansar um pouco, então eu dormi novamente.
No dia seguinte acordei já me sentindo um pouco melhor e conseguindo pronunciar algumas palavras com certa dificuldade. Uma linda mulher entra no quarto e me abraça também chorando e se apresenta dizendo ser minha sobrinha Clara, aquela mesma menininha de 38 anos atrás. Ela então começa a me colocar a par destes 38 anos de vida perdidos, 38 anos de evolução não acompanhados.
Clara começa então a me descrever toda a evolução tecnológica dos últimos 38 anos, começa me dizendo que já haviam descoberto as curas de todas as doenças incuráveis da minha época, porém novas doenças apareceram, milhões de pessoas morreram com epidemias pelo mundo, mas que já haviam sido controladas. Segundo ela, os computadores da minha época foram totalmente extintos, que agora haviam outros conceitos de computadores, então ela tirou um pequeno pedaço retangular de acrílico transparente do bolso e com apenas um toque ela o ligou e se tornou algo parecido com um celular, foi quando ela com um simples gesto jogou as imagens do acrílico em uma das paredes do quarto onde estávamos. Fiquei maravilhado.
Após uma pausa para mais exames, Clara voltou e continuou me contando sobre os avanços tecnológicos, me disse que no Brasil já haviam trens bala muito mais modernos que na minha época. Perguntei a ela se os robôs tinham substituídos os humanos nas fábricas, mas ela negou e disse que não haviam substituídos totalmente, que eles não conseguiram até então criar uma super inteligência para os robôs, eles sempre necessitavam de um humano dando coordenadas. Continuamos dias conversando sobre toda essa evolução.
Já se passaram semanas de quando eu acordei do coma e agora estou prestes a sair para este “novo mundo”, fico me perguntando, quais surpresas me esperam lá fora?

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