Primeiro escuridão, em seguida dor por
todo o corpo, só então consegui com muita dificuldade abrir os olhos, logo notei
que eu estava em um quarto de hospital, branco e rigorosamente limpo como todos
os outros. Ao olhar para os lados observando melhor o quarto vejo que sentada
ao meu lado havia uma senhora, já de idade bem avançada, dormindo de cabeça
baixa. Tentei chamá-la, mas não consegui. Fiquei ali, parado, por um bom tempo,
tentando lembrar como eu fui parar naquele hospital. A última coisa que me lembrei
foi de estar em minha casa com a minha namorada. Nada fazia sentido até aquele
momento para mim.
Após um longo tempo tentando assimilar
a situação tentei chamar novamente a senhora sentada ao meu lado, com muito
esforço consegui soltar alguns sons, então a senhora acordou assustada e
imediatamente me abraçou e começou a chorar. Demorei um pouco para me dar conta
de quem era, mas extremamente vi que era a minha própria mão, como pode ser
possível, pensei comigo mesmo.
Ela se acalmou e notou o quanto eu
estava assustado com a idade avançada que ela me aparentava ter, foi quando ela
sentou ao meu lado calmamente e começou a me contar o que estava acontecendo.
Me disse então que eu havia sofrido um AVC o que me deixou em coma durante os
últimos 38 anos e como estavam meus familiares. Alguns médicos entraram na sala
e após alguns exames me disseram para descansar um pouco, então eu dormi
novamente.
No dia seguinte acordei já me
sentindo um pouco melhor e conseguindo pronunciar algumas palavras com certa
dificuldade. Uma linda mulher entra no quarto e me abraça também chorando e se
apresenta dizendo ser minha sobrinha Clara, aquela mesma menininha de 38 anos
atrás. Ela então começa a me colocar a par destes 38 anos de vida perdidos, 38
anos de evolução não acompanhados.
Clara começa então a me descrever
toda a evolução tecnológica dos últimos 38 anos, começa me dizendo que já
haviam descoberto as curas de todas as doenças incuráveis da minha época, porém
novas doenças apareceram, milhões de pessoas morreram com epidemias pelo mundo,
mas que já haviam sido controladas. Segundo ela, os computadores da minha época
foram totalmente extintos, que agora haviam outros conceitos de computadores,
então ela tirou um pequeno pedaço retangular de acrílico transparente do bolso
e com apenas um toque ela o ligou e se tornou algo parecido com um celular, foi
quando ela com um simples gesto jogou as imagens do acrílico em uma das paredes
do quarto onde estávamos. Fiquei maravilhado.
Após uma pausa para mais exames,
Clara voltou e continuou me contando sobre os avanços tecnológicos, me disse
que no Brasil já haviam trens bala muito mais modernos que na minha época.
Perguntei a ela se os robôs tinham substituídos os humanos nas fábricas, mas
ela negou e disse que não haviam substituídos totalmente, que eles não
conseguiram até então criar uma super inteligência para os robôs, eles sempre
necessitavam de um humano dando coordenadas. Continuamos dias conversando sobre
toda essa evolução.
Já se passaram semanas de quando eu
acordei do coma e agora estou prestes a sair para este “novo mundo”, fico me
perguntando, quais surpresas me esperam lá fora?
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