O que era para ser uma forma de melhorar a comunicação entre habitantes das estações espaciais espalhadas pelo sistema solar, não vingou e resultou na maior descoberta científica dos últimos anos. A comunicação agora está a nível estelar.
Passado
Noite 1º de abril de 2042 – alunos de comunicação social e ciências da computação da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Fronteira Oeste do estado do Rio Grande do Sul (Brasil) criaram uma antena para transmitir um sinal de internet, por meio de ondas de rádio e feixes de luz, para fora do planeta Terra.
Naquela época, o sinal de internet já cobria 98 por cento do território terrestre, mas os estudantes gaúchos queriam extrapolar esses números. Queriam transmitir e disponibilizar o sinal para outras regiões do sistema solar.
A experiência tinha o objetivo de criar uma ponte comunicacional, entre astronautas das estações espaciais espalhadas pelos planetas e luas ao redor do sol e os internautas daqui.
Assim, os habitantes das estações poderiam se comunicar com qualquer pessoa da Terra, sem depender das formas de comunicação de agências espaciais como a NASA.
Outra finalidade descrita pelos integrantes do grupo que participaram do projeto era “conseguir uma boa nota para um professor que teve a brilhante ideia de criar um projeto que integrava alunos de cursos distintos que se odiavam”.
Tudo deu errado. O projeto perdeu verbas, foi praticamente abandonado financeiramente pelo governo e por entidades privadas. Quase metade dos alunos envolvidos decidiu seguir outros caminhos – como assessoria de imprensa, agências de publicidade, programação de sistemas e montagem de outros tipos de antenas – alegando dificuldades financeiras. Os astronautas não utilizaram o sistema por causa das restrições impostas pelas agências espaciais.
Desde então, os remanescentes direcionaram o equipamento para um único ponto, a estrela Proxima Centauri, na constelação do Centauro, há quatro anos-luz da terra.
Foram quase oito anos de transmissão. Não houve respostas e a esperança estava terminando. A finalidade não foi alcançada.
Presente
Tarde de quarta-feira, 3 de agosto de 2050 – no entanto, o que tinha tudo para se tornar mais um projeto inviável, e esquecido academicamente, deu uma virada e agora pode mudar a ciência espacial. Trata-se do contato, por meio do sistema de internet criado pelos alunos, com uma forma de vida extraterrestre inteligente que habita um pequeno planeta de gás, em órbita da estrela Proxima Centauri.
Como aconteceu
"Para nossa felicidade, a transmissão chegou onde não queríamos, num planeta que tudo mundo achava que não existisse vida. Mas, quando chegou lá, criou uma ponte de comunicação de oito anos-luz com aquela civilização”, conta José Elhuyar, ex-aluno e atual coordenador do projeto.
Ele explica que ao receberem a transmissão e saberem que a humanidade já usava internet à velocidade da luz, os habitantes daquele setor da galáxia resolveram se comunicar conosco, mesmo que cada resposta levasse oito anos para ser recebida.
Comunicação estelar
"A primeira forma de comunicação entre a Terra e o planeta Luz foi um arquivo que os habitantes daquele planeta mandaram, via esse feixe de internet, com a história da civilização e cultura deles para o nosso planeta", diz Elhuyar.
Nesse sistema, o arquivo demorou 4,2 anos para chegar.
Os Eletróides
As informações dos arquivos revelam que esses seres extraterrestres, autodenominados de Eletróides, são seres inteligentes, evoluídos tecnologicamente e possuem uma cultura puramente astrofilosófica.
Sabe-se também que são uma forma de vida à base gás de tungstênio. Possuem um frágil exoesqueleto de vidro e uma forma de linguagem psíquico-óptica (sinais psíquicos e luminosos, semelhantes a nossa linguagem de libras) que se configura de forma diferente a cada pessoa – em pessoas que tem deficiência visual, por exemplo, a linguagem se traduz em forma de vibrações “psicoacústicas” semelhantes à voz humana.
Conforme Elhuyar, os Eletróides são pacíficos e pretendem apenas compartilhar conhecimentos. Para isso evoluíram como seres que conseguem falar e entender qualquer tipo de linguagem existente, bem como sinais psíquicos.
Próximos passos
Confiante com o estranho resultado do experimento e com a repercussão da descoberta, José Elhuyar já estuda maneiras de reunir a maior quantidade possível de informações sobre a civilização e a cultura terráquea para transmitir para os novos amigos das estrelas. O arquivo sobre a Terra deve ser enviado nos próximos meses.
Repercussão
Cientistas dizem que a descoberta abre precedentes para pesquisas espaciais em planetas gasosos, antes descartados pela exploração espacial, assim como formas de vida que contenham outros elementos da tabela periódica.
Várias entidades científicas já entraram em contato com a Unipampa para dar apoio financeiro para o projeto. Cientistas de diversos países estão viajando em direção ao Rio Grande do Sul para ajudar nas pesquisas e compartilhar o conhecimento adquirido dos Eletróides.
O projeto também acendeu o interesse de empresas de comunicação que agora querem criar formas de transmissão de sinal de internet mais rápidas que a velocidade da luz. Nos próximos meses duas gigantes devem divulgar novos sistemas de distribuição de sinal de internet pelo espaço.
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